Lesões em mulheres atletas: LCA e fraturas por estresse

Lesões em mulheres atletas: LCA e fraturas por estresse

Lesões em mulheres atletas: Leia e entenda porque as mulheres atletas se machucam mais do que os homens. Descubra


O envolvimento feminino no esporte aumentou consideravelmente nos últimos anos, mas ainda temos muito o que melhorar.


Embora estudos iniciais tenham indicado que atletas do sexo feminino precisavam treinar em níveis mais baixos de intensidade do que atletas do sexo masculino, isso era mais uma questão social do que fisiológica.


Hoje, as atletas são capazes de treinar e competir em níveis comparáveis aos dos atletas do sexo masculino, respeitando sempre a individualidade e a periodização.


Embora existam diferenças no desempenho relacionadas ao gênero, as lesões atléticas femininas estão mais relacionadas ao esporte do que ao gênero.


No entanto, fraturas por estresse e lesões do LCA são, segundo a literatura, mais comuns em mulheres. As diferenças de gênero em anatomia, fisiologia e treinamento podem contribuir para essas incidências aumentadas.

Lesões do ligamento cruzado anterior (LCA). Ocorrem com mais frequência em esportes de rotação e mudanças de direção, como basquete, futebol e vôlei.

Os dados de lesões da literatura mostram que atletas do sexo feminino lesionam o LCA com mais frequência do que seus colegas masculinos.

A maior incidência de lesões do LCA em mulheres provavelmente decorre de fatores complexos e inter-relacionados, possivelmente incluindo desequilíbrios na força dos isquiotibiais-quadríceps, frouxidão articular e uso de aparelho nos tornozelos.

O tratamento bem-sucedido geralmente inclui cirurgia.

Fraturas por estresse. Existem muitos fatores que contribuem para a maior frequência de fraturas por estresse em mulheres. Atletas do sexo masculino podem ter maior massa muscular, o que absorve melhor o choque.

Em um estudo de atletas do sexo feminino, a diminuição da circunferência da panturrilha foi um preditor de fraturas por estresse da tíbia. A maior largura dos ossos masculinos também pode absorver melhor o choque.

A massa óssea e a densidade mineral óssea podem variar amplamente nas mulheres devido a vários fatores, incluindo influências hormonais e irregularidades menstruais.

Baixa ingestão de cálcio e distúrbios alimentares podem contribuir para o desenvolvimento de fraturas por estresse. Por outro lado, as pílulas anticoncepcionais orais parecem ajudar a prevenir fraturas por estresse em atletas do sexo feminino.

Tanto para homens quanto para mulheres, um pé rígido e arqueado absorve menos estresse e transmite maior força aos ossos da perna, o que pode aumentar o risco de fratura por estresse.

E estudos com atletas do sexo feminino mostraram que ter uma perna um pouco mais longa que a outra pode aumentar o risco de fraturas por estresse.

Síndrome do déficit energético (antes conhecida como tríade da mulher atleta).  Antigamente era definida como a combinação de desordem alimentar, amenorreia e osteoporose.

Hoje, é comprovado que esse distúrbio, que também ocorre nos homens, tem muito mais relação com gasto energético e metabolismo. As consequências da densidade mineral óssea perdida podem ser devastadoras para a atleta feminina.

Podem ocorrer fraturas osteoporóticas prematuras e a perda da densidade mineral óssea nunca pode ser recuperada.

O reconhecimento precoce da deficiência energética na atleta feminina pode ser realizado pelo médico do esporte por meio da avaliação dos fatores de risco e perguntas de triagem. Instituir uma dieta adequada e moderar a frequência do exercício pode resultar no retorno natural da menstruação.

A terapia de reposição hormonal deve ser considerada precocemente para evitar a perda de densidade óssea. Um esforço colaborativo entre treinadores, fisioterapeutas, pais, atletas e médicos é ideal para o reconhecimento e a prevenção.

 


O aumento da educação dos pais, treinadores e atletas sobre os riscos à saúde nas atletas do sexo feminino pode prevenir doenças potencialmente graves que podem levar ao extremo de diminuir a performance e até retirar a atleta do esporte, o que obviamente não gostaríamos, não é meninas?


Cuidem-se e bons treinos!


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Dra. Ana Paula Simões
Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.

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