FRATURA POR ESTRESSE
Existem diferentes tipos de fraturas ósseas que podem acometer atletas e pessoas comuns. Uma delas, é a fratura por estresse. Basicamente, a fratura por estresse acontece quando há excesso de movimentos repetitivos em determinada região óssea. Neste caso, há um desbalanço na atuação de osteoblastos e osteoclastos, o que favorece a ruptura óssea.
Os ossos são os maiores responsáveis pela sustentação e mobilidade do nosso corpo, desempenhando um papel vital na nossa estabilidade. Via de regra, a composição dos ossos costuma ser resistente, exceto em casos de doenças ósseas como a osteoporose.
Contudo, devido a impactos excessivos, problemas metabólicos, nutricionais ou sobrecarga: ele pode perder a sua continuidade e acabar se partindo, gerando fraturas por estresse.
Por definição, uma fratura consiste na separação em dois ou mais fragmentos de um osso, podendo ocorrer sem resultado de quedas, acidentes, impactos ou traumas ou seja apenas pelo enfraquecimento das estruturas.
O que é a fratura por estresse?
Assim como muitas outras lesões, as fraturas por estresse podem acontecer mesmo que não haja um trauma para tal. Na verdade, na maior parte dos casos ela é causada por um trabalho ou esforço repetitivo, que resultam na sobrecarga do osso afetado. É uma lesão muito comum entre os atletas, principalmente entre os praticantes de corrida e esportes de alto impacto.
Durante os treinos ou prática de esportes, os ossos acabam recebendo uma grande carga, que por sua vez, acabam gerando microfissuras. Essas fissuras acabam sendo absorvidas naturalmente pelo corpo, sendo substituídas por um novo e mais resistente tecido ósseo.
Contudo, ao realizarmos atividades físicas intensas em excesso e sem o cuidado necessários, a destruição óssea pode ser maior do que a suportada pelo corpo. Com isso, o corpo não consegue estabelecer um processo de regeneração adequado, favorecendo o surgimento de uma fratura por estresse.
Por exemplo: entre os corredores de rua, é comum identificar lesões desse tipo nos membros que recebem um maior impacto, como os pés, tornozelos, quadril e joelhos. Por conta dos impactos consecutivos, as microfraturas não conseguem se recuperar e evoluem para uma fratura por estresse.
DIAGNÓSTICO da fratura por estresse
O diagnóstico de uma fratura por estresse é feito por um médico ortopedista que, além de avaliar o histórico e o estado clínico do paciente, também pode solicitar a realização de exames complementares a fim de identificar a gravidade da lesão, como radiografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada E EXAMES LABORATORIAIS.
Como é feito o tratamento de uma fratura por estresse?
A maioria das fraturas simples são curadas em um tempo de 4 até 8 semanas , mas existem os casos de retardo de consolidação que podem chegar até 6 meses, depois disso chamamos de pseudoartrose e não costumam deixar nenhum tipo de sequela ou complicações mais sérias. Porém, esse processo de recuperação vai depender principalmente de características físicas de cada caso, como local da fratura, gravidade da lesão, condição física do paciente, entre outros fatores.
O tratamento médico tem foco em aliviar os sintomas e proporcionar a restauração completa do osso prejudicado. Geralmente, o médico pode recomendar além da imobilização, a utilização de remédios para dor, compressas de gelo, fisioterapia, elevação do membro afetado e, em casos mais extremos, cirurgia para reparo do osso quebrado.
Para que a consolidação óssea ocorra da melhor forma possível, é muito importante que o paciente siga todas as recomendações fornecidas pelo médico responsável pelo tratamento. O processo de recuperação após uma fratura óssea é um trabalho conjunto do médico com o paciente, de forma que é responsabilidade de todos garantir que o osso se recupere totalmente.
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Bons treinos valentes!
Dra. Ana Paula Simões Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.