Entorse de tornozelo: graus de gravidade e abordagem terapêutica
A entorse de tornozelo é uma lesão muito comum e afeta tanto atletas quanto a população em geral. Você provavelmente já passou por essa situação ou conhece alguém que sofreu uma lesão desse tipo, e sabe que a entorse pode ser extremamente incômoda e prejudicial para a rotina.
O que muitas pessoas não sabem é que a entorse de tornozelo pode ser um problema grave e evoluir para uma instabilidade crônica desta articulação. Dependendo da gravidade da lesão, o paciente pode sofrer a ruptura total dos ligamentos, sendo necessário realizar uma intervenção cirúrgica para corrigir o problema.
Causada por um movimento de inversão e flexão plantar do pé, em sua maioria dos mecanismos, como acontece quando viramos o pé durante uma caminhada ou a realização de atividades físicas, a entorse de tornozelo prejudica a nossa mobilidade, além de causar outros sintomas bastante incômodos como um grande edema e dor.
Essa lesão é classificada de acordo com a sua gravidade, sendo:
Grau 1: a entorse de tornozelo leve se caracteriza pelas microrrupturas e um leve estiramento das fibras do ligamento. O paciente pode relatar dor local, sensibilidade e inchaço moderado, sem perda funcional.
Grau 2: nesta lesão ocorre uma ruptura parcial do ligamento, apresentando o maior inchaço e sensibilidade. Em alguns quadros, o paciente também pode relatar hematomas e dificuldades para sustentar o peso e caminhar.
Grau 3: esse é o tipo de entorse de tornozelo mais grave e é definido pela lesão ligamentar (ruptura completa das fibras do ligamento). A dor sentida pelo paciente é mais intensa, assim como o inchaço e a sensibilidade. Nesse caso, o paciente não consegue tocar o chão com o membro lesionado e nem realizar movimentos.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento de entorse de tornozelo?
Para diagnosticar esse tipo de lesão o médico responsável irá realizar uma avaliação clínica do quadro e do histórico do paciente. Para determinar a gravidade da lesão sofrida pode ser necessário realizar alguns exames complementares, como o raio-X e a ressonância magnética.
Determinado o diagnóstico, o médico pode iniciar o tratamento para combater a dor e a inflamação do tornozelo. Inicialmente, efetuando nos casos onde há uma ruptura total, o tratamento da entorse de tornozelo é conservador.
Seguindo o protocolo PRICE, o médico irá recomendar proteção, repouso, gelo, compressão e elevação. Isso quer dizer que é necessário fazer repouso elevado, estabelecer a compressão da articulação e realizar compressas de gelo para reduzir a inflamação. Pode ser necessário utilizar botas ortopédicas ou outras ferramentas para aliviar a pressão sofrida pela articulação e garantir que haja uma recuperação mais rápida.
Nos casos de entorse de grau 1, a utilização de órteses específicas pode ajudar a recuperar mais rápido e manter as atividades rotineiras.
Aliado a esse tratamento, a fisioterapia consegue contribuir positivamente para uma recuperação mais rápida manutenção do arco do movimento. Essa abordagem vai contribuir para o fortalecimento e alongamento do membro que foi lesionado, ajudando o paciente a retomar a sua rotina ou atividade esportiva em menor tempo.
Nos casos onde a abordagem conservadora não consegue entregar os resultados esperados, pode ser necessário realizar uma intervenção cirúrgica. Essa abordagem também é implementada para as entorses de grau 3 para reconstrução do ligamento rompido.
A técnica utilizada é minimamente invasiva, conhecida como artroscopia. Após esse procedimento, o paciente utiliza uma bota ortopédica para a redução da carga nos primeiros dias e após a retomada das atividades acontece de maneira gradual.
Se tiver dúvidas, me escreva @DraAnaPsimoes
Dra. Ana Paula Simões Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.