Diferença entre Síndrome da Banda Iliotibial e Outras Lesões do Joelho

A dor no joelho é uma das queixas mais comuns entre os atletas e pessoas fisicamente ativas. No entanto, devido às suas inúmeras origens, nem sempre é fácil detectar a causa do desconforto. A síndrome da banda iliotibial é uma das condições que pode provocar dor na lateral do joelho, mas existem várias outras lesões que também afetam essa articulação.

Por esse motivo, é fundamental entender as características dessa doença e aprender a reconhecer seus sinais para um diagnóstico precoce. O importante é buscar orientação médica sempre que o quadro de dor ou inflamação estiver agravando ou causar sérios prejuízos à rotina e à prática esportiva.

Síndrome da Banda Iliotibial: Características e Sintomas

A síndrome da banda iliotibial é caracterizada pela dor na lateral do joelho, sintoma causado pelo atrito entre o iliotibial, uma faixa de tecido que vai do quadril até a porção externa do joelho, e o fêmur. Esse atrito ocorre principalmente durante a realização de atividades físicas repetitivas de alto impacto, como ciclismo e corrida. Ela também é comum entre atletas que aumentam a intensidade do treino repentinamente ou apresentam desalinhamentos biomecânicos. 


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Além da dor aguda na lateral do joelho, o paciente com síndrome da banda iliotibial também pode relatar leve inchaço ou sensibilidade ao toque na região externa da articulação. Essa lesão é distinta porque a dor raramente ocorre quando o indivíduo está em repouso ou realizando movimentos de baixo impacto, sendo desencadeada principalmente por atividades que envolvem flexão e extensão repetitivas do joelho. Por esse motivo, a dor tende a piorar durante a realização dessas atividades e a aliviar em repouso.

O diagnóstico é feito com base no histórico de atividades e no exame físico do paciente. Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames de imagem, como ressonância magnética, para descartar outras lesões.

Lesões Meniscais: Sintomas e Diferenças

Os meniscos são estruturas cartilaginosas localizadas entre a tíbia e o fêmur, que funcionam como amortecedores para o joelho. As lesões meniscais são bastante comuns em esportes que envolvem mudanças bruscas de direção, como basquete e futebol. Essa lesão também pode acontecer devido ao desgaste natural, sendo diferenciada da síndrome da banda iliotibial pelos sintomas e local da dor.

Enquanto a dor na síndrome da banda iliotibial é localizada na parte externa do joelho, a dor da lesão meniscal é geralmente mais profunda e centralizada, podendo ser acompanhada de inchaço e dificuldades para estender completamente a perna.

Outra característica distintiva das lesões meniscais é o bloqueio articular, uma sensação de travamento ao movimentar o joelho, o que é incomum na síndrome da banda iliotibial.

O tratamento das lesões do menisco pode envolver desde repouso e fisioterapia até intervenções cirúrgicas nos casos mais graves. Nesse sentido, identificar corretamente o tipo de lesão é fundamental para definir a abordagem mais adequada, evitando complicações e recorrência dos sintomas.

Tendinite Patelar: Principais Características

A tendinite patelar, também conhecida como “joelho de saltador”, é um processo inflamatório do tendão patelar que conecta a patela à tíbia. Essa condição ocorre devido a movimentos de impacto repetitivos, como saltos e corridas, sendo bastante comum em esportes como vôlei, basquete e atletismo.

Ao contrário da síndrome da banda iliotibial, a tendinite patelar é caracterizada pela dor na frente do joelho, abaixo da patela. Essa dor, localizada na parte anterior do joelho, piora ao subir escadas, correr ou realizar atividades que envolvem flexão repetitiva do joelho. Muitas vezes, a região também pode ficar mais sensível ao toque e apresentar leve inchaço. Ao contrário da síndrome da banda iliotibial, a tendinite patelar compromete o movimento de flexão direta do joelho.

O tratamento dessa lesão inclui fisioterapia focada no fortalecimento e alongamento do quadríceps, além de aplicação de gelo e técnicas de repouso para reduzir o quadro inflamatório. Diferenciar essas lesões permite a implementação de um tratamento adequado, aumentando a chance de recuperação do paciente.

Condromalácia Patelar: Como Diferenciar

A condromalácia patelar é uma lesão que ocorre devido ao desgaste cartilaginoso sob a patela, provocando dor na parte anterior do joelho. Esse desgaste é bastante comum entre corredores e ciclistas, mas pode ocorrer também em pessoas com desalinhamentos anatômicos ou fraqueza muscular.

Diferentemente da síndrome da banda iliotibial, que se manifesta na lateral do joelho, a condromalácia causa dor mais difusa e localizada na parte frontal. Essa dor pode surgir ao subir e descer escadas, ao agachar ou após períodos prolongados com o joelho dobrado ou sentado. Os pacientes costumam descrever essa dor como desconforto surdo, ao contrário da dor aguda da síndrome da banda iliotibial. Além desses sintomas, o paciente também pode relatar uma sensação de rangido ou estalo ao movimentar a articulação.

Para obter um diagnóstico preciso, além do exame físico, o médico pode solicitar a realização de ressonância magnética. O tratamento inclui fisioterapia, ajuste do tipo de calçado e, em casos mais graves, intervenções cirúrgicas.

Qual o Momento de Buscar Ajuda Profissional

Identificar e diferenciar a síndrome da banda iliotibial de outras lesões no joelho é fundamental para iniciar um tratamento eficaz e evitar o agravamento dos sintomas. Se a dor no joelho persistir ou limitar as atividades diárias, é necessário buscar a orientação de um especialista para um diagnóstico correto e início do tratamento.

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Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames de imagem para confirmar o diagnóstico e descartar lesões adicionais. É importante lembrar que a automedicação ou a negligência dos sintomas pode agravar a lesão, fazendo com que seja necessário um tempo de recuperação mais longo. A intervenção precoce aumenta as chances de uma recuperação completa e rápida, permitindo o retorno seguro às atividades.

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Dra. Ana Paula Simões
Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.

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