Lesão de Lisfranc: Fratura do Mediopé | Dra. Ana Paula Simões

Lesão de Lisfranc

Fratura do Mediopé

Alguns atletas quando tem dor no meio do pé após um acidente ou queda, questionam se fraturou a região.

Leia aqui sobre a fratura do mediopé na região de Lisfranc, para entender melhor como acontece e como se dá sua abordagem.

As articulações do meio do pé: tarsometatarsais (lisfranc), são compostas das bases dos cinco ossos metatarsais, os três ossos cuneiformes e o cubóide. 

A estabilidade dessa região é baseada na arquitetura óssea e no suporte ligamentar. Os cuneiformes e as bases metatarsais tem a forma trapezoidal e a face mais larga no dorso, trazendo grande estabilidade ao sistema. 

Os ligamentos interósseos plantares e o ligamento de Lisfranc (base do segundo osso metatarsal – cunha medial) auxiliam na estabilidade no plano transverso. 

As inserções do tendão fibular longo e do tendão tibial posterior fornecem o suporte dinâmico da região.

Mecanicamente o pé apresenta três colunas

  • A coluna medial é formada pelo primeiro osso metatarsal, pelo cuneiforme medial e pelo navicular.
  • A coluna central é formada pelo segundo e pelo terceiro metatarsal e pelos cuneiformes intermédio e lateral.
  • A coluna lateral é formada pelos dois ossos metatarsais lateriais e pelo cubóide

Mecanismo Lesão de Lisfranc

O mecanismo de trauma pode ser direto ou indireto:

 

    • O trauma direto no pé é frequentemente associado a pequenas fraturas e à lesão de partes moles (tecidos).
    • A maioria das fraturas-luxações de Lisfranc é causada pelo mecanismo indireto onde a força é aplicada no eixo longitudinal, com o pé apoiado e o corpo projetado pra frente em rotação, formando um padrão de lesão variado.

Diagnóstico

Lesão de Lisfranc

O diagnóstico da lesão de lisfranc requer um alto grau de atenção do examinador.

 

O paciente politraumatizado deve ser avaliado com radiografias, simulando apoio plantar (dentro do possível). As radiografias do lado contralateral são úteis para comparação. Vale sempre lembrar os diagnósticos diferenciais nas situações onde não existem traumas, já que essa lesão ocorre em apenas 0,2% das fraturas.

A tomografia computadorizada identifica aumento do espaço entre o primeiro e o segundo metatarsais nas lesões do ligamento de Lisfranc. A ressonância magnética pode auxiliar na identificação de lesões isoladas de ligamentos entre os ossos cuneiformes (Lesão de Turco).

Tratamento

Fratura do Mediopé​

O tratamento da lesão de Lisfranc é baseado na manutenção de uma redução anatômica estável.

O tratamento conservador está reservado as lesões ligamentares isoladas do mediopé, geralmente só identificadas após RM. O paciente é imobilizado por 6 a 8 semanas com a carga sendo liberada progressivamente. 

Neste período é feito fisioterapia. Desvios de 2mm levam a uma diminuição de 27% no contato na articulação de Lisfranc. Nas lesões com desvio maior do que 2mm estão indicadas a redução anatômica e fixação estável (cirurgia).

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